Cerca de 50% dos operacionais deverão estar inoculados até ao final da semana
Foram cerca de 40 os operacionais das duas corporações dos Bombeiros do concelho da Lousã que começaram a ser vacinados contra a Covid-19, no dia 16 de fevereiro, no Parque Municipal de Exposições.
Com 25% do efetivo do Corpo de Bombeiros Municipais da Lousã e da Associação Humanitária dos Bombeiros de Serpins a ser inoculada, de acordo com nota divulgada pelo Município, prevê-se que os restantes 25% sejam vacinados esta semana.
João Pedro Melo, Comandante dos Corpo de Bombeiros Municipais da Lousã (BML), reforçou ao Trevim que apesar das contingências operacionais provocadas pela pandemia, os BML mantiveram “a sua operacionalidade intacta nas várias frentes de combate”, respondendo sempre a todas as solicitações, mesmo sem constarem, inicialmente, na lista das pessoas prioritárias em receber a vacina.
Orgulhoso de toda a corporação e do serviço que prestam diariamente, o Comandante frisa que “ainda que eternamente esquecidos, injustiçados e humilhados pelo poder central, nunca perderam o foco em servir a sua população”.
Evidenciando a importância do serviço dos bombeiros, que “para o poder central a vida e segurança é dispensável em 50%, apesarem de fazerem mais de 85% da emergência pré-hospitalar”, João Pedro Melo contou que os comandantes “passaram a ter um papel odioso” por terem que escolher quem seria vacinado.
“Nesta trapalhada, nem sequer existiu igualdade de critérios nos diferentes Agrupamentos de Centros de Saúde”, explicou, mencionando que, no Baixo Mondego, “considerou-se importante vacinar bombeiros com sobras de vacinas”, já no Pinhal Interior “não foi dada essa importância e, por isso, há Corpos de Bombeiros com todos os operacionais vacinados”.
Transtornado com a situação, o Comandante refere ainda que se chegou ao “cúmulo, ao caricato de se proibir que as sobras dos frascos dos bombeiros fossem aproveitadas para vacinar mais alguns operacionais”. “Na realidade não eram sobras porque ainda há bombeiros por vacinar”, reiterou.
“Não temos nada a obstar à vacinação seja de quem for, sabemos que não é possível vacinar toda a população de uma vez, não entendemos são os critérios que menosprezam aqueles que fazem 85% da emergência pré-hospitalar, para além de que, todas as suas missões, implicam grande proximidade com a população e portanto maior risco de contágio”, salientou, evidenciando que a vacinação “não impede o contágio pela doença, mas sim que o doente desenvolva formas mais agressivas da doença”.
Também o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, realça a importância da “prioridade de vacinação destes homens e mulheres”, considerando que “deveriam ser todos os elementos do quadro e não apenas 50%”.
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