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Desumanidade e falta de respeito como estratégia política para distraídos

Onofre Varela

Na campanha eleitoral para a presidência da República, o candidato da extrema-Direita deixou-se fotografar dentro de uma igreja católica, de olhar elevado em atitude mística. No dia do acto eleitoral, à entrada para o seu quartel-general onde ia seguir a contagem dos votos, foi perguntado pelos jornalistas como passou a tarde, respondendo que a passou a rezar.

Eis o retrato religioso de um político extremista de Direita. 

E qual é o seu discurso?… Haverá nele algum resquício dos sentimentos tradicionalmente atribuídos aos cristãos?… Obviamente, a resposta é: NÃO.

Para começar, afirma que se fosse eleito presidente da República, não o seria de todos os portugueses. Abraça a ideologia nazi e separatista, aproveitando-se da Democracia que lhe permite ser deputado, para defender a instituição da pena de morte (que Portugal aboliu em 1852), a castração química para abusadores sexuais (desconhecendo que o motor do abusador está no cérebro e não no pénis nem nos testículos), a expulsão de negros para África, a extracção dos ovários às mulheres que abortem, e a construção de uma reserva territorial para a etnia cigana!… 

Tudo isto, que na verdade configura ódio, Jesus Cristo condenaria!… 

E houve um grande número de portugueses que votou nele… o que é muito preocupante! Penso que o conservadorismo de uma larga maioria de religiosos, lhe deu o voto sem ter noção do que fez. O candidato serve-se, estrategicamente, de Deus e da Democracia (que lhe dá liberdade), para atingir notoriedade com a qual pretende destruir a liberdade, retirando-a a todos nós… e isto deveria configurar crime.

É verdade que nem tudo corre bem na nossa vida democrática. A corrupção é real e a demora da Justiça, também. A falta de emprego e os baixos salários são razão para descontentamento geral, o que, provavelmente, faz com que o abstencionismo se cifre em mais de 60%. Mais de metade dos eleitores não foi votar. Isto é preocupante, mas a ideia de que “os políticos são todos iguais”, é errada! 

A extrema-Direita é fascista, racista, xenófoba, machista, misógina, nazi… e crente em Deus!… A 4ª República que a extrema-Direita reclama é a república de Pinochet, um general chileno, profundamente católico, que em 1973 promoveu um golpe de estado e o assassínio em massa do povo democrata e socialista, num Chile que vivia em Democracia! Cuidado, gente… olhem para a História, estudem-na, entendam-na e pensem.

NOTA – Os meus parabéns à Igreja Católica por não esperar que fosse decretado novo confinamento para o fazer voluntária e responsavelmente nas celebrações religiosas, adiantando-se à atitude governamental na tentativa de travar a propagação do vírus Covid.

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

Tags: Opinião
Autor: Jornal Trevim

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