Diz-se viver uma mulher bela e pacata,
Com sorriso de ouro, olhar dela é prata
translúcido e reluzente do rio azul.
A subir as velhas ruas da serra,
Leva a seca cabaça ao fraco irmão
que velho foi reformado por alcatrão
era antes bravo cantoneiro da terra.
Chega-me ao nariz o aroma
Lousanense, o doce de mel e pinho,
da natureza onde se escavou o caminho
até a aldeia natal de meu sangue e nome.
Onde do miradouro do trevim
vi a mulher se transformar na cidade
a que todo o estudante tem afinidade
e sai mais tarde com batinas de cetim
alunos que ou enchem as estantes
ou vão estudar nas livrarias do mondego,
alunos que o brilhantismo me faz cego
faz que já não veja a mulher que era antes.
Tomás Lopes
Aluno 12.º ano da escola d Pedro IV de Queluz, Sintra
0 Comentários