Sociedade gestora presta esclarecimentos e apresenta nova data para empreitada à Assembleia Municipal da Lousã. Veículos elétricos deverão ter maior periodicidade e menor lotação
A empreitada para instalação do sistema de veículos elétricos (Metrobus) no antigo Ramal da Lousã deverá iniciar-se em Serpins, entre o final de julho e início de agosto, prevendo-se que o serviço comece a funcionar em 2023 de forma faseada.
A informação foi avançada por João Marrana, presidente do Conselho de Administração da Sociedade Metro Mondego (SMM), que esteve presente na reunião extraordinária da Assembleia Municipal da Lousã de dia 16 para fazer o ponto de situação do projeto e prestar esclarecimentos.
O responsável apresentou a calendarização prevista das empreitadas a cargo da Metro Mondego e da Infraestruturas de Portugal, dando nota de que existe a “expectativa de lançar todos os concursos ainda este ano, que comecem a ser feitos testes de funcionamento em 2022 e se inicie a operação em 2023 de forma faseada, desde o inicio até ao final do ano, para dar maiores garantias de fiabilidade e eficiência”. Da lista de concursos exclui-se aquele que diz respeito à construção do Parque de Manutenção e Oficinas, em Sobral de Ceira, que deverá ser lançado no segundo trimestre de 2021.
João Marrana comunicou também que os veículos elétricos articulados que se espera circularem no canal do antigo Ramal da Lousã e na cidade de Coimbra têm 18 metros de comprimento e vão funcionar com energia obtida através de baterias, carregadas no posto de manutenção e oficinas, durante a noite ou em pontos específicos para o efeito que vão ser instalados em Serpins, Lousã, Miranda do Corvo, Alto São João, Coimbra-B e no Hospital Pediátrico.
Estes veículos terão capacidade para 140 pessoas, uma lotação menor comparando com o meio ferroviário que se traduz, por outro lado, na “necessidade de aumentar a oferta, ou seja, as pessoas vão ter mais ligações do que existiam no passado”. É a expectativa da SMM que “nos dois períodos de horas de ponta, por exemplo, exista uma ligação de meia em meia hora, e fora desse período, de hora a hora”. Informação que surge da resposta do responsável a questões levantadas pelos membros da AM Conceição Loureiro (CDU) e António Gonçalves (PSD), que se incluíram “no grupo das pessoas céticas” quanto à concretização do sistema Metrobus, recordando que o comboio deixou de circular no ramal ferroviário há mais de 10 anos para a instalação de uma rede de metro ligeiro de superfície, um projeto que acabou por ser largado pelo Governo em 2010 depois de gastos mais de 100 milhões de euros.
Também João Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Serpins, salientou a linha de comboio centenária e “os homens que naquela altura tiveram a coragem de investir nas localidades onde não havia muito movimento, mas que o fizeram para criar desenvolvimentos nessas zonas”.
Embora “respeite muito a ferrovia”, o autarca disse ter chegado “à conclusão de que não vale a pena andar em quimeras” e que o “importante é avançar o mais rapidamente possível” com este sistema. “É preciso dar esperança a estas gentes, que merecem um transporte cómodo e digno”, reforçou. A este respeito João Marrana prometeu que a SMM “vai fazer o seu melhor para levar este projeto a bom porto”, associando-se ao pedido de desculpas já emitido por Jorge Delgado, secretário de Estado das Infraestruturas e da Habitação, pelo “atraso que leva o processo” e “por todo este problema que que a população está a ser vítima”.
Refira-se ainda que, na última reunião do Conselho de Administração, a Metro Mondego aprovou a adjudicação à empresa Veiga Lopes, S.A a empreitada de abertura do canal na Baixa de Coimbra, que permitirá a execução da Linha do Hospital do SMM.
A abertura desta via, que ligara a frente de rio à Rua da Sofia, corresponde a um investimento de 3 249 035€ + IVA, prevendo a reconstrução de vários imóveis e a criação de um edifício-ponte, na Rua da Sofia, que irá permitir a passagem do Metrobus.
Note-se que esta empreitada tem uma previsão de duração de 23 meses e, após a sua conclusão, ficarão disponíveis dois edifícios com uma área de construção de 2600 m2, destinados a atividades comerciais, de restauração, serviços e habitação.
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