João Caetano explica as grandes diferenças de um funeral em tempos de Covid-19
Há 12 anos que João Caetano abraçou o desafio de abrir uma agência funerária na Lousã.
“Foram anos de grande aprendizagem e forte investimento”, contou o empresário ao Trevim. “Terminámos o ano de 2020 com obras de uma sala de preparação com câmara frigorífica”, algo que, de acordo com o João Caetano, “ninguém tem nos concelhos limítrofes”.
“Defendemos sempre, desde a primeira hora, que um defunto tem que ser tratado com a mesma dignidade e respeito como se estivesse vivo”, reforçando que, para a agência funerária, é “inconcebível armazenar um corpo num armazém como se de uma mercadoria se tratasse”.
Sendo uma empresa familiar, como tantas outras, a Caetano – Agências Funerárias, tem um funcionário a tempo inteiro e um grupo de colaboradores a quem dá, anualmente, formação exigida por lei.
Com o foco de trabalho na Lousã e em Miranda do Corvo, onde estão estabelecidas duas lojas físicas, João Caetano salientou que cada vez mais são procurados “para serviços além destas áreas”.
Para além das cerimónias fúnebres, a agência tem ainda disponíveis “todos os serviços que a lei permite e que é exigido em caso de óbito”. Nas lojas, oferecem ainda uma grande variedade de artigos religiosos e para cemitérios.
“Diferenciamo-nos pela forma como trabalhamos e encaramos a atividade e pela forma como estamos e lidamos com as situações”, contou o empresário, reforçando que a agência funerária faz jus ao slogan “O rigor e profissionalismo nos momentos difíceis”.
Uma nova realidade
A Covid-19 trouxe alterações no quotidiano de todos e a morte não é exceção. João Caetano confessou ao Trevim que neste momento, a principal diferença “é o sentimento de uma despedida ainda mais dolorosa, pela falta de um velório e de uma celebração religiosa”, reforçando que “é tudo tão rápido que, muitas vezes, não dá para interiorizar a perda no momento, mas apenas com a falta da pessoa no dia a dia após o funeral”.
O proprietário da funerária admite ainda que “a suspensão dos velórios e celebrações também contribui para a não propagação da pandemia, dado serem eventos que acabam por juntar muita gente e há muita proximidade, uma vez que existe sempre a tendência para dar um beijo ou um abraço”.
A maior readaptação na forma de trabalhar revelou-se a nível material. A agência adquiriu uma viatura de três lugares “para não transportar famílias”, garantindo a proteção de ambas as partes.
Munidos de equipamentos de proteção individual, João Caetano explicou ainda que foram adquiridos pulverizadores elétricos para colaboradores, famílias, urnas e carros, sempre que se dirigem para uma unidade hospitalar ou lar residencial.
“Investimos em urnas com acrílico para casos não confirmados de Covid-19, sem alterar em nada o serviço, qualidade ou preço de um funeral”, concluiu.
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