Com o regresso do ensino à distância, que iniciou dia 8, o Trevim procurou saber se associações de pais e encarregados de educação do concelho da Lousã estão de acordo com o encerramento das escolas e se têm preocupações que quanto ao funcionamento deste formato de aprendizagem.
Patrícia Ramalheiro, presidente da direção da Associação de Pais da EB1 da Lousã e em representação das restantes associações do concelho, considera que as escolas e os professores “estão mais bem preparados do que estavam o ano passado” embora “nem todos os constrangimentos estejam ultrapassados”, refere.
Entre as principais preocupações de pais e encarregados de educação está “a garantia em assegurar um ensino justo e equitativo a todos os alunos e em minimizar potenciais desigualdades existentes provocadas pelo contexto familiar e socioeconómico, e a dependência dos alunos mais novos”.
Com “pais em teletrabalho ou com dificuldades em acompanhar as crianças mais novas”, a representante questiona “como são asseguradas as mesmas oportunidades de aprendizagem para todos os alunos”, como “garantimos que não há alunos que ficam ainda mais para trás” e como é que “os alunos que já por si não demonstram interesse pela escola, se mantêm focados”.
O encerramento das escolas e o ensino à distância “não são as opções preferidas da comunidade escolar” e “de forma alguma o ensino à distância poderá substituir o ensino presencial”, no entanto, “não seria possível outra medida com a eficácia necessária tendo em vista o controlo da pandemia”.
No que respeita a alimentação durante o tempo em que as escolas estão fechadas, a Câmara Municipal tem estado a fazer a entrega de cabazes alimentares no domicilio dos alunos do ensino pré-escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB), com escalão A e B do serviço de ação social, e as refeições aos restantes ciclos de ensino são fornecidas em regime take-away. Segundo informou Patrícia Ramalheiro, “tem sido reportado às associações que, devido a dificuldades dos alunos em se deslocar à escola, nem sempre essas refeições são levantadas”, uma situação “que terá que ser avaliada com o Agrupamento de Escolas da Lousã (AEL)”.
Faltam computadores
Outro dos receios das associações de pais “prende-se com o facto de, apesar dos esforços da Câmara Municipal da Lousã (CML) e do AEL, ainda não ter sido possível disponibilizar computadores para que todos os alunos possam assistir às aulas através da internet”.
Segundo um comunicado enviado ao Trevim, a Câmara Municipal da Lousã disponibilizou, em articulação com o AEL, 46 computadores portáteis, para alunos do 1º CEB, do escalão A e B, “que manifestaram, comprovadamente, necessitar destes equipamentos” e 39 pontos hotspots “para alunos sem acesso à internet”. Embora estes meios ajudem a colmatar a falha existente, “ainda ficam a faltar computadores”, acrescentou Patrícia Ramalheiro.
Com o regresso do ensino à distância, a autarquia prevê “implementar projetos educativos em modelo online e/ou gravado e a apoiar a distribuição de materiais, tendo como objetivo minimizar os efeitos negativos, tanto no processo de ensino, como no acentuar das desigualdades no acesso aos meios tecnológicos”, lê-se na mesma nota.
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