Movimento garante “total legitimidade e legalidade” da iniciativa face à informação obtida junto da Assembleia da República
O Movimento Espontâneo de Cidadãos da Lousã voltou a entregar à Câmara Municipal, no dia 10, a petição que reclama a saída do município da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN), desta vez com 1200 assinaturas. Helena Quaresma participou no mesmo dia na reunião da Assembleia Municipal, explicando que a petição foi novamente entregue face aos “pedidos insistentes para a manter ativa” e atendendo à informação recebida da Assembleia da República sobre a sua “total legitimidade e legalidade”.
Usando da palavra no período destinado ao público, a dinamizadora do movimento aproveitou para questionar sobre as razões para o abandono pelo município das captações e nascentes da Serra da Lousã, da atribuição dos serviços de cobranças aos CTT e da recente criação de um posto de atendimento numa papelaria local. Perguntou ainda se não seria “uma opção mais lógica a Câmara assumir esses serviços”, como sucedeu com “os custos nas obras de substituição de tubagens em mais de 10 ruas do centro da Lousã, que deveriam estar a ser suportadas e geridas pela APIN”.
Respondendo à interpelação, Luís Antunes, presidente da Câmara, concordou que foi a autarquia a assumir tais custos nas referidas obras, justificando que foi esta entidade a apresentar as candidaturas e que “é o município a entidade gestora e beneficiária”. Aproveitou para reafirmar que estão previstos investimentos da empresa intermunicipal no concelho para reduzir as perdas de água nas canalizações e que esta foi “uma das razões pelas quais os municípios decidiram agregar-se e criar esta entidade, para poder beneficiar de fundos comunitários”.
Captações na Serra e Rio Ceira abandonadas por falta de capacidade
Segundo o edil, as captações de água “são um assunto reiteradamente falado na perspetiva de induzir em erro as pessoas”, uma vez que o concelho “já não é na sua esmagadora maioria abastecido a partir dessas captações há vários anos, devido à insuficiência de recursos hídricos”. Disse ainda que o concelho “é servido há vários anos pelo Rio Ceira e pelo Rio Mondego, porque também o Rio Ceira tinha insuficiência especialmente numa parte do ano, nomeadamente a partir da primavera-verão”.
Quanto ao posto de atendimento na papelaria ABC, o autarca e atual gestor da APIN justificou que foi instalado na Lousã “por ser o município que conseguiria ter maior proximidade do universo alargado de clientes” e que a criação deste serviço “não representa custos adicionais” para a empresa, admitindo a possibilidade de “a partir do próximo ano, haver um balcão do mesmo tipo, em cada um dos municípios”.
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