O Centro de Recolha Animal (CRO), projeto vencedor do Orçamento Participativo (OP) de 2017, que começou a ser construído em abril, não tem ainda data prevista para abertura, segundo informou a Câmara Municipal da Lousã em resposta a um pedido de esclarecimentos do Trevim.
Inicialmente previa-se que o equipamento, instalado na Zona Industrial do Padrão, estivesse pronto em finais de julho, e depois em agosto, contudo, até à data de fecho desta edição, estavam ainda em curso alguns trabalhos de conclusão.
O projeto de construção de um CRO na Lousã surgiu da proposta de Mariana Carvalho, Filipe Serra, Juliana Correia e Andréa Martins e obteve o maior número de votos no OP de há dois anos, reflexo de uma “necessidade sentida por toda a gente”. Em conversa com o Trevim, os proponentes afirmaram que “esta era, claramente, uma lacuna no concelho” justificando que “os animais estavam em condições pouco dignas” e que “a resposta era insuficiente e inadequada face à nossa realidade”. Frisaram “não haver comparações possíveis entre o atual canil provisório, que assim o é há mais de 10 anos, com o CRO que é, sem sombra de dúvida, um local muito mais digno”.
O novo equipamento tem alojamento para 45 cães e 20 gatos, o que se traduz num aumento do número de boxes, já que o atual canil só tem capacidade para receber 35 cães e não tem valência de gatil.
“Projeto poderia ter sido mais ambicioso”
Ainda assim, os proponentes consideram que “o projeto poderia ter sido um pouco mais ambicioso na sua capacidade”, temendo “que se esgote rapidamente”. Esperam que, “no futuro e caso a necessidade assim o obrigue, a localização permita uma eventual expansão do número de boxes”.
Para ser classificado pela Direção Geral de Veterinária como Centro de Recolha Oficial, a infraestrutura deverá ter também, por exemplo, um gabinete para o Médico Veterinário Municipal, salas de isolamento e quarentena bem como um gabinete de observação de animais, o que ainda não se existe. Segundo informou a CML, as referidas estruturas deverão integrar “um segundo edifício fora deste procedimento inicial”, havendo, no entanto, “condições para abrir a parte que diz respeito ao alojamento”.
Recorde-se que o CRO foi adjudicado à empresa Marsilop – Sociedade de Empreitadas por 124.655,21 euros mais IVA, valor que engloba 70 mil euros da verba do OP, à data atribuída ao projeto vencedor e um montante adicional, remanescente do OP de 2018. Quanto ao controlo da população de gatos de rua, a autarquia refere ser “uma preocupação transversal a todo o território nacional”, assumindo que “a construção do abrigo com gatil dará uma primeira resposta, nomeadamente para situações mais críticas”. Foram também feitas candidaturas a medidas de apoio à esterilização de cães e gatos e “estão a ser procuradas outras soluções ao nível local em colaboração a Louzanimales”.
Considerando que “a comunidade tem, perante estes animais, uma grande preocupação pelo seu bem-estar”, os proponentes do CRO destacam que “continuam a existir muitos à procura de família”, contando que “as novas instalações sejam mais apelativas a que as pessoas se desloquem ao local para conhecê-los”. Mesmo que “não existam condições para adotar um deles, há sempre a possibilidade de fazer voluntariado, de socializar com eles e de criar condições para a sua adoção”, salientam.
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