A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a empreitada para adaptar o Ramal da Lousã aos autocarros elétricos do tipo “metrobus”, no valor de 23,7 milhões de euros, será consignada em setembro.
No dia 6, em comunicado, a IP informou que a intervenção na infraestrutura do troço suburbano do chamado Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), entre o Alto de São João e Serpins, em Coimbra e na Lousã, respetivamente, vai ser assumida pelo consórcio Comsa/Fergrupo, após o Tribunal de Contas ter emitido o necessário visto prévio.
Os trabalhos, com um prazo de execução de 18 meses, incluem “reperfilamento da plataforma e pavimentação”, “desmatação e consolidação dos taludes”, “melhoramento do sistema de drenagem transversal e longitudinal” e “dezassete paragens de via dupla para cruzamento de veículos e plataformas de passageiros”.
A obra abrange ainda “quatro zonas específicas de cruzamento de veículos”, “cinco rotundas de inversão de marcha junto das estações términus”, “oito acessos de emergência ao canal para operações de socorro” “três pontes e pontões com alargamento do perfil transversal”, “sete túneis com intervenção de pavimentação, iluminação e sistemas acessórios”, “vinte e quatro interseções rodoviárias e pedonais de nível a automatizar e sinalizar” e “seis interseções desniveladas, cinco já existentes e uma a construir”, esta com desnivelamento da antiga estrada nacional 342, no Arneiro, concelho da Lousã.
Os serviços de assessoria, fiscalização e coordenação de segurança em obra foram adjudicados por 1,4 milhões de euros.
“Constituindo-se como o futuro sistema de mobilidade da região de Coimbra, mais seguro, rápido e confortável”, o SMM, de acordo com a IP, assenta na circulação de autocarros de tração elétrica por baterias no canal da antiga ferrovia, entre Coimbra B e Serpins, e na cidade do Mondego.
A obra é financiada pela União Europeia em 67,23%, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR).
Em julho, a Metro Mondego já tinha adjudicado por 3,2 milhões de euros à empresa Veiga Lopes a abertura do canal na Baixa de Coimbra, para um prazo de execução de 23 meses.
O Ramal da Lousã foi desmantelado, nos primeiros dias de 2010, para acolher um metro sobre carris que nunca veio, anunciado por uma dezena de governos, desde 1994.
Os utentes estão há mais de 10 anos sem comboio e a viajar em autocarros. Pelo menos 150 milhões de euros foram gastos em obras para o sistema de metro, uma ideia abandonada após cerca de 100 estudos e projetos efetuados.
Casimiro Simões
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