A direção do Clube Desportivo Lousanense (CDL) informou, na última assembleia geral, realizada no dia 9, que tem atualmente cerca de 57 mil euros de dívidas, contra 70 mil euros que a coletividade devia em junho de 2018.
A reunião começou com a divulgação da atividade financeira, entre junho de 2018 e junho deste ano, tendo sido depois aprovados os relatórios de contas de 2018/2019, a cargo da empresa Afisconta.
De acordo com os balanços, o CDL fechou os anos de 2018 e 2019 com resultados negativos. Entre junho de 2018 e junho deste ano, teve um total de despesas de 131 mil euros e receitas no valor de 114 mil euros.
Segundo os dados divulgados por Sérgio Brandani, tesoureiro da direção, foi reduzida para menos de metade, por exemplo, a dívida com uma empresa de transportes, que em 2018 era de 28 mil euros e hoje se fica nos 12.500 euros.
No entanto, ainda falta pagar dois meses de salário e o subsídio de Natal a duas trabalhadoras do clube e 26 mil euros à Associação de Futebol de Coimbra (AFC), tendo sido já firmado um acordo para pagar este último montante por prestações.
Às secções de basquetebol, karaté e patinagem, falta repor cerca de 4.800 euros, emprestados à direção para colmatar despesas inerentes ao funcionamento do clube, que paga à volta de 8.000 euros de energia à EDP por ano e paga desde janeiro também a água, à recém-criada APIN.
Esse novo encargo resulta da alteração da política de apoios por parte da Câmara da Lousã, que vem destacada no parecer do conselho fiscal do clube face às contas de 2018 e 2019 e lido durante a reunião de sócios.
É reforçado o “impacto negativo” desta mudança, “com especial relevo nos custos com eletricidade e água, que passaram a ser assumidos pelo clube, não obstante se tratar de um equipamento desportivo municipal”, tal como “os encargos excessivos que a AFC – e indiretamente a Federação Portuguesa de Futebol – impõe aos clubes, com especial e particular enfoque nos escalões de formação”.
Segundo Sérgio Brandani, “para regularizar algumas contas”, a direção aguarda pelo remanescente do subsídio atribuído pela Câmara da Lousã.
Naquela reunião, foram também realçados os resultados conseguidos pela equipa principal de futebol, com o CDL a atingir o topo no campeonato distrital.
Os seniores subiram recentemente à Divisão de Honra da AFC. Por sua vez, os escalões de juniores e iniciados ascenderam à 1ª Divisão e os juvenis asseguraram a manutenção nesta mesma divisão.
Eleições no dia 29 de junho
Os sócios aprovaram o primeiro regulamento eleitoral do CDL e foi marcada a eleição dos novos órgãos sociais para 29 de junho, das 15:00 às 18:00, no Estádio José Pinto de Aguiar. As listas podem ser apresentadas até dia 19.
Além da necessidade de haver uma maior aproximação aos associados, já que apenas 49 dos 800 inscritos mantêm o pagamento das quotas atualizado, foram levantadas outras questões pelos sócios presentes, como a falta de apresentação dos relatórios de contas em 2018 e a criação de um grupo de trabalho para revisão dos estatutos do clube e do seu regulamento interno.
Quanto ao Estatuto de Utilidade Pública Desportiva, Armando Santos, vice-presidente da direção, informou que o clube “nunca teve este estatuto”. Explicou que o processo para a sua obtenção já começou e foi suspenso por duas vezes, tendo a direção voltado a tentar dar-lhe seguimento, ainda que com alguns percalços.
“Nos estatutos do clube, é referido que este foi fundado a 30 de agosto de 1945, mas acontece que numa assembleia geral a data de fundação ficou oficialmente 30 de agosto de 1946, que foi a data da publicação no Diário do Governo”, exemplificou.
Para resolver esta questão, Armando Santos reforçou que na eventualidade de ser marcada uma assembleia para retificar a data da fundação, “o clube tem a vantagem de ter o sócio número ainda vivo, Osvaldo Rosa, que poderá dar sempre esse apoio”.
“Foram pedidos mais documentos, que já estão prontos para serem levantados em Lisboa”, contudo, disse, por haver uma dívida do CDL ao fisco, o processo está por enquanto parado.
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