Mário Inácio, pintor e impulsionador do projeto “Miminhos dos Avós”, conta como começou o amor pela pintura, falando dos processos de criação e inspirações
Trevim (T): Como surge a história de amor entre si e a pintura?
Mário Inácio (MI): Sempre quis pintar e sempre pintei com lápis de cera e lápis de cor.
Estive sempre ligado ao desenho embora nunca tivesse vivido do desenho. Tirei um curso industrial e em Angola, desenhava projetos de casas e prédios. Usei o desenho na minha profissão. Vim para Portugal e numa empresa de construção civil, fazia planos e esquemas, que ajudava no processo de construção de pontes, por exemplo. O engenheiro faz o projeto mas para a execução tem que haver o desenho e isso era o meu trabalho. Desenhava de noite e de dia acompanhava a obra. O meu desenho é técnico. Hoje já não se desenha assim. Desenhava-se com pormenor. Hoje o programa Autocad faz tudo.
A empresa foi à falência, fiquei desempregado aos 64 anos. Comecei por frequentar a ADRAS e mais tarde, o Atelier Eliseu onde aprendi muito e continuo, não tão assiduamente.
T: Como define o seu traço?
MI: Para mim uma linha reta é uma linha reta, um quadrado tem que ter 90 graus em cada ângulo. Um rosto tem que ter os traços que o identifiquem. Às vezes tenho pena de não saber pôr na tela outro tipo de pintura. A minha, qualquer máquina fotográfica faz.
T: De onde retira inspiração?
MI: Gosto de pintar tudo aquilo que me sensibiliza. Estou numa fase muito complicada em que me pergunto “O que é que eu vou pintar?”
Gosto de pintar sozinho, ao som de música clássica. Fui habituado a trabalhar sozinho e gosto de pintar de tudo. Faço muita composição de fotografias. Não sou capaz de pintar de cabeça. Sou um copiador, dão-me uma fotografia e reproduzo.
Leia a entrevista completa na edição impressa do Trevim N.º1410
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