O Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e a deputada da Assembleia da República, Ana Mesquita, manifestaram, dia 15, na estação de Miranda do Corvo, a sua solidariedade às populações e aos movimentos de cidadãos que se sentem injustiçados pela desativação há cerca de nove anos do Ramal da Lousã.
Para Jerónimo de Sousa, reativar o serviço ferroviário entre Coimbra e Serpins, seria uma “bela forma de combater a desertificação dos territórios” de baixa densidade. “Anda aí um grande movimento para o combate à desertificação, aos problemas do interior, ora aqui está um belo exemplo que eles poderiam assumir de desenvolvimento regional”, referiu o líder do Partido Comunista Português, que desafia o Governo a concretizar esta “justa causa” e as “aspiração” das populações dos municípios servidos pelas antigas automotoras.
A deputada Ana Mesquita, que acompanhou Jerónimo de Sousa nesta visita, lembrou o historial de intervenção do PCP, que incluiu a apresentação e aprovação na Assembleia da República de projetos de resolução para a extinção da sociedade Metro Mondego, a eletrificação e modernização da do ramal ferroviário da Lousã, a primeira das quais aprovada em fevereiro de 2016.
“As respostas vocês já mais ou menos as conhecem. Tem sido um projeto anunciado, que eu chamo de ‘metropneu’, que não serve os interesses da população”, frisou a deputada, garantindo que “por parte do grupo parlamentar do PCP sempre que nos convidarem, nós cá estaremos convosco e sempre que tivermos oportunidade tudo faremos na AR para que o comboio não seja uma miragem”.
PS tomou posição “cómoda”
“Temos vindo a verificar por parte de outras forças políticas alguma mudança de posição, mas podemos constatar também que relativamente às duas resoluções, o Partido Socialista tomou a posição mais cómoda, ou seja, a abstenção, não se querendo comprometer”, frisou Jerónimo de Sousa, saudando os que há dez anos têm lutado por uma causa justa, por uma causa que sirva as população e os seus interesses.
E não têm sido poucos. Esta reivindicação junto à estação de Miranda do Corvo contou com a presença de representantes do Movimento de Defesa do Ramal da Lousã (MDRL), do movimento “Lousã pelo Ramal”, a que se juntaram utentes dos transportes alternativos. O estado dos autocarros, em que se pretende substituir o anterior serviço, foi referenciado por Mário Sol, do MDRL. “De um serviço com o mínimo de condições, passou-se rapidamente para um mau, muito mau serviço. Autocarros degradados, com manutenção dúbia ou inexistente, onde recorrentemente chove e sem ar-condicionado, avariando por um ou outro motivo, não cumprindo com os horários estabelecidos”.
Esta deslocação a Miranda do Corvo incluiu uma breve visita ao exterior da estação, onde é visível o estado de degradação e de abandono do edifício, bem como do antigo armazém de mercadorias. Tanto a petição, promovida pelo jornal Trevim, como a indicação do número de dias sem comboio na capa deste quinzenário, foi referida pelos elementos dos movimentos, em conversa informal com o Secretário Geral do PCP.
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