Envolver a população no sistema de combate a incêndios florestais foi uma necessidade defendida pelo investigador Xavier Viegas, dia 12, durante o seminário “Comunidades Locais e os Baldios”, no Museu Prof. Álvaro Viana de Lemos. O especialista que se encontra a estudar os incêndios de 15 de outubro, depois de ter investigado as ocorrências de Pedrógão Grande, considera que a população não tem sido “nem vista nem achada” nesta problemática. E quando se referiu à população, queria referenciar também as instituições, a comunidade científica, as empresas, as autarquias, os baldios.
Para Xavier Viegas, o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios não deveria assentar só nos pilares do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Floresta), da Autoridade Nacional da Proteção Civil e GNR. “Falta-lhe a população, que é tudo o resto”, frisou, salientando ter sido com satisfação que viu a menção à população na Diretiva Única de Prevenção e Combate, publicada em Diário da República de 1 de março.
“Incêndios florestais são um problema de todos”
O lousanense Domingos Lopes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, manifestou o seu orgulho em residir longe dos grandes centros urbanos, defendendo “ser preciso estar dentro da floresta para a compreender melhor”. Considerando que a prevenção dos incêndios florestais é um problema de todos, e não só do interior do país, lembrou que a grande seca registada em 2017 poderia ter influenciado drasticamente a quantidade e a qualidade da água na faixa litoral do país. “As pessoas têm noção disso? Que o uso do solo nas bacias hidrográficas, nas áreas baldias, nas cabeceiras das linhas de água, são verdadeiramente estruturantes?”, questionou o engenheiro florestal.
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