Julianne Krutsch, residente há 12 anos em Vale de Carvalho, uma povoação na freguesia de Serpins, é um dos rostos das pessoas que perderam a sua casa nas chamas de outubro e que ainda não tem a sua situação resolvida. Conta com a ajuda de amigos para ter um espaço onde viver enquanto espera e desespera na companhia de um filho menor por boas notícias de um processo burocrático que se arrasta e não lhe dá perspetivas de futuro.
No dia 15 de outubro, esta técnica de Spa estava em casa e viu o fogo a aproximar-se, ao longe. Apavorada, teve medo e, à semelhança dos seus vizinhos, fugiu à procura de um lugar seguro onde pudesse deixar um filho menor e alguns animais. Tentou regressar a casa nessa noite, mas as forças de segurança não a deixaram passar. Seguiu para Vila Nova do Ceira para ajudar uma amiga a combater as chamas que ameaçavam a sua casa e acabou por dormir no carro com o seu filho à beira rio, em Góis.
No dia seguinte regressou a casa, momento em que o choque tomou conta de si perante as ruínas ainda fumegantes daquilo que restava do seu lar. “Chorámos imenso”, conta esta alemã de 52 anos. Por esses dias, os proprietários da Residencial Martinho providenciaram-lhes alojamento durante duas semanas e pouco depois a Câmara Municipal da Lousã arranjou-lhes um apartamento por um período de meio ano, que findou a 31 de março.
Continua na edição impressa do Trevim n.º 1378
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